Uma breve análise sobre おもひでぽろぽろ - Omohide Poro Poro (Memórias de Ontem)
O texto foi escrito por Thiago Vieira de Oliveira¹ e por Samuel dos Santos Freitas²
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Omohide Poro Poro (1991), é um melodrama produzido pelo Stúdio Ghibli e dirigido por Isao Takahata (graduado em Literatura Francesa pela Universidade de Tóquio). Em relação aos filmes desse estúdio, Omohide Poro Poro, é o menos conhecido pela crítica. (IMDB - 7.7/10)
O filme tem um caminho muito curioso, pois ao mesmo tempo que é doce, lento e tranquilo, ele faz com que o espectador viaje junto com a protagonista de forma subjetiva e ontológica. Ao mesmo tempo que a protagonista tem suas lembranças, você também terá lembranças de sua própria vida. Isso me marcou muito, pois em pouco tempo você se pega nostálgico e algumas vezes melancólico.
O filme conta a história de Taeko, uma mulher solteira que é dedicada ao trabalho, mas por motivos de autoconhecimento e de realização pessoal, deixa a turbulenta Tóquio para ir ao campo, localizado em Yamagata.
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Análises Pessoais.
O filme tem um caminho muito curioso, pois ao mesmo tempo que é doce, lento e tranquilo, ele faz com que o espectador viaje junto com a protagonista de forma subjetiva e ontológica. Ao mesmo tempo que a protagonista tem suas lembranças, você também terá lembranças de sua própria vida. Isso me marcou muito, pois em pouco tempo você se pega nostálgico e algumas vezes melancólico.
O filme conta a história de Taeko, uma mulher solteira que é dedicada ao trabalho, mas por motivos de autoconhecimento e de realização pessoal, deixa a turbulenta Tóquio para ir ao campo, localizado em Yamagata.
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Análises Pessoais.
- Taeko no trêm - o recolhimento
Taeko ficou sozinha no trêm, quando partiu para Yamagata, isso foi de extrema relevância, pois ali, ela teve um contato com o mais profundo dela mesma. Ela lembrou de sua adolescência (isso acontece durante todo o filme), lembrou do seu primeiro amor, riu sozinha, etc. Existem momentos, principalmente hoje, que precisamos de um momento para respirar, se auto-analisar e também se autoconhecer.
A solitude, quando praticada sabiamente tem suas vantagens. Não confunda solitude com solidão.
" [...] Os passarinhos tem seus ninhos, onde se refugiam; [...] Lembra-te Filoteia, de retirar-se muitas vezes à solidão do teu coração, ao passo que as tuas tarefas e conversas o ocupam exteriormente, para estares a sós com teu Deus. [...] Recolhe-te, às vezes, à solidão interior do teu coração, [...] " - São Francisco de Sales
" Eu poderia, durante esse período, aproveitar do silêncio e da paz para estudar, com a ajuda da Filocália, a oração perpétua no interior do coração. Assim, resolvi instalar-me na cabana indicada. " - Anônimo do século XIX
Se recolher e se despojar, de forma moderada, é muito significativo para a alma!
Conversando com o Samuel² em uma plataforma de rede social, ele me deixou um anexo de uma reflexão pessoal sobre a adolescência. Segue:
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Referências:
Anônimo do século XIX - Relatos de um Peregrino Russo, Vozes, 2018;
São Francisco de Sales - Filoteia, Vozes, 2012.
Conversando com o Samuel² em uma plataforma de rede social, ele me deixou um anexo de uma reflexão pessoal sobre a adolescência. Segue:
É na adolescência que começamos a nos perguntar “Quem somos?”, “O que queremos para nossas vidas?”, “Onde é o nosso lugar em meio à sociedade?”. É nela, que começamos a formar o nosso “eu”, a nossa personalidade. Mas junto com todas essas descobertas, vem, também, o medo de não sermos aceitos e muitas responsabilidades novas.
A transição da infância para adolescência, é a fase em que a criança deixa de ser guiada pelos desejos dos pais e passa a manifestar, e buscar, seus próprios desejos, seus próprios ideais, sua própria identidade! Porém, não é fácil deixar o “colo” que sempre lhe protegeu e tentar encarar o mundo, de “um dia para o outro”. Com isso, os jovens buscam apoio em novas amizades. E, desta forma, passam a frequentar novos ambientes, também.
Visto, então, que é de suma importância, para a maioria dos jovens, serem aceitos por um determinado grupo de amigos. Grupo este, que é escolhido a dedo, através de gostos musicais, esportes, popularidade de seus integrantes, etc. Mas, (...) nem todo jovem possui facilidade em fazer parte desses grupos sociais. Então, este jovem, que não consegue ser aceito como ele, veridicamente, é, passa a aderir ideais alheios. Esperando, assim, ser reconhecido como ente da sociedade.
Desta forma, pode-se deduzir que, é “habitual”, que jovens, em busca de sua personalidade, passem por inúmeras fases e gostos, antagônicos, divergentes entre si. Um dos grandes problemas da sociedade contemporânea, é o fato de, a maioria dos jovens, mesmo com a chegada da fase adulta, não evoluir. Ficam sempre à procura da atenção dos demais. E procuram, cada vez mais, meios de suprir sua carência de atenção e aprovação alheia, de forma que deixam sua própria personalidade, seus próprios ideais, e até seus próprios valores morais, de lado. Vivemos a era da procrastinação, a era do narcisismo! Onde, o mais importante, é o que os demais pensam de nós, hoje. E os nossos sonhos e ideais? Estes, deixamos para depois...
Referências:
Anônimo do século XIX - Relatos de um Peregrino Russo, Vozes, 2018;
São Francisco de Sales - Filoteia, Vozes, 2012.
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¹ Thiago Vieira de Oliveira
É licenciando em física e um apreciador de café. Nas horas vagas estuda religiões comparadas, filosofia e teologia.
² Samuel dos Santos Freitas
É licenciando em física, musicista e amante de neurociências, dentre outras coisas. Procura estudar diversas áreas do conhecimento, afim de moldar-se, lapidar-se e criar sua própria corrente de pensamento em respeito da existência humana.
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